- Pelo quarto ano consecutivo, o monitoramento demonstra que a população negra é a maior vítima da violência policial. De 3.171 registros de morte, com informação de cor/raça declaradas, os negros somaram 87,35% — ou 2.770 pessoas;
- De 2015 a 2022, as mortes registradas como decorrentes de violência policial baiana cresceram 300%. A Bahia tem a polícia estadual mais letal dentre as monitoradas pela Rede;
- Sete a cada dez vítimas no Ceará têm entre 18 e 29 anos;
- Pelo terceiro ano consecutivo, o Maranhão não informa os dados de raça/cor dos mortos pela polícia;
- A cada 14 horas, uma pessoa é morta por agentes de segurança do Pará;
- Em Pernambuco, quase 90% das vítimas são negras;
- No Piauí, das 39 mortes registradas, 22 aconteceram na capital Teresina, sendo 72,72% pessoas negras;
- A polícia do Rio de Janeiro matou 1.042 pessoas negras em 2022;
- Em São Paulo, os negros representem 40,26% da população e 63,90% entre os mortos pela polícia.
A cada quatro horas uma pessoa negra foi morta, em 2022, pela polícia nos oito estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. O dado é revelado no novo boletim Pele Alvo: a bala não erra o negro, que será divulgado no dia 16 de novembro. Nele, são analisadas informações sobre a cor da letalidade gerada por ação policial. Os dados foram obtidos junto a secretarias estaduais de segurança pública de Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Os números reais podem ser ainda maiores, tanto pela subnotificação de casos como pelo não registro de dados sobre cor e raça, que ocorre principalmente em três estados: Maranhão, Ceará e Pará. Os maranhenses continuam a não incluir essas informações, como a Rede observa desde 2020. No Ceará, os registros foram feitos em apenas 30,26% do total. No Pará, em 33,75%.
Considerando os dados oficiais disponíveis, eram negros 87,35% (ou 2.770 pessoas) dos mortos por agentes de segurança estaduais em 2022. Como nos estudos anuais precedentes, o novo monitoramento da Rede de Observatórios da Segurança demonstra o alto e crescente nível da letalidade policial contra pessoas negras. No ano passado, a Bahia ultrapassou o Rio de Janeiro no número de casos registrados nos estados incluídos no estudo. Bahia e Rio foram responsáveis por 66,23% do total dos óbitos.